¿Necesitas ayuda? Llámanos al 967 225 863
de DJAIMILIA PEREIRA DE ALMEIDA
de DJAIMILIA PEREIRA DE ALMEIDA
Da autoria de uma das maiores vozes literárias de hoje, eis um ensaio pessoal
que problematiza o lugar da mulher negra escritora no mundo presente.
«Fosse eu minha trisavó, preta de carapinha dura, e o meu destino seria o chicote. Ser uma escritora negra hoje, de acordo comigo, uma mulher deste tempo, é escrever contra esse facto, carregando-o às costas, sem deixar que ele me tolha.»
Escrever é-lhe essencial, é na escrita que se encontra, se define, se questiona, se apazigua, foi na página que descobriu poder ser o que antes lhe havia sido impossível ser plenamente. E, no entanto, a escrita, e ainda mais viver da escrita, ter-lhe-ia sido vedado, tivesse a escritora nascido décadas antes.
Numa reflexão pessoalíssima sobre o que é ser mulher, escritora e negra hoje, Djaimilia Pereira de Almeida, uma das mais destacadas vozes da literatura em língua portuguesa, encara a contradição que é, para uma escritora negra, viver no melhor dos tempos sem se deixar apanhar pela armadilha que esse privilégio pode encerrar.
É com liberdade que Djaimilia vai exercendo o chamamento que esteve vedado às mulheres da sua vida, como a incontáveis outras mulheres negras antes de si. É com consciência do passado e do presente que vai tacteando o espaço que existe no mundo de hoje para uma mulher negra que escreve.
Sobre O que é ser uma escritora negra hoje, de acordo comigo:
«O que mais me toca nesses ensaios é ver que Djaimilia vai se fazendo, vai se construindo na literatura. (...) Não há uma mulher que pensa e outra que escreve. É uma só. Djaimilia - que afirma, sem leviandade, que se não pudesse escrever "sucumbiria à tristeza e é muito provável que enlouquecesse" - é literatura. (...) Djaimilia afirma algumas vezes ser uma escritora que não está interessada em ensina nada a ninguém. Mas talvez seja justamente pelo fato de seus textos estarem à margem dessa vontade que nós, leitores, aprendemos muito com eles. Aprendemos coisas que só a literatura ensina.»
Tatiana Salem Levy, Valor Econômico
«Um poderoso manifesto sobre a construção da identidade. (...) Encontra a sua verdadeira grandeza, de um modo um tanto paradoxal, num elemento que muitos consideram ser acessório, mas sem o qual todo o discurso perderia o sentido: a paixão firme de um ser humano - no caso, negra e mulher - pelo ato de contar histórias através da escrita.»
Sérgio Almeida, Jornal de Notícias